A redação da carta veio como reação aos frequentes ataques do presidente Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral brasileiro
A Carta em Defesa da Democracia já conta com a adesão de mais de 100 mil pessoas, segundo apurou o Estadão.
O início para a assinatura do
público em geral foi dado na terça-feira (26), às 17h. O texto reúne
juristas e teve também adesão de banqueiros e empresários.
Na virada da noite de terça para quarta, a adesão já chegava a 30
mil. Os organizadores estão fazendo um trabalho de filtragem para evitar
sabotagem nas assinaturas.
Além dessa carta,
outro manifesto está sendo preparado pela Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (Fiesp), intitulado "Em Defesa da Democracia e da
Justiça", e faz parte de um dos atos organizados para ocorrer no dia 11
de agosto, na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo.
Nesta
quarta-feira (27), a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou
que vai participar deste manifesto, que deve ser publicado nos
principais jornais do País, com assinatura de entidades da sociedade
civil. Há expectativa de que a Associação Brasileira da Infraestrutura e
Indústria de Base (Abdib) também assine o texto. A ideia é unir forças
em um mesmo movimento. O manifesto em defesa dos tribunais superiores e
da Justiça Eleitoral se antecipa aos atos de 7 de Setembro, que estão
sendo organizados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL).
No
manifesto disponível para assinatura do público em geral estão
petistas, tucanos, procuradores que trabalharam na Lava Jato, o advogado
que ajudava a campanha do ex-juiz Sérgio Moro, ex-ministros de FHC,
Lula, Dilma e Temer, empresários, economistas liberais,
subprocuradores-gerais da República, membros do Ministério Público
Federal, uma ex-assessora de Paulo Guedes e João Doria, a coordenadora
de programa de Simone Tebet (MDB) e uma série de outras personalidades. O
manifesto foi criado na Faculdade de Direito da USP.
Entre
banqueiros e empresários estão Roberto Setubal, Candido Bracher e Pedro
Moreira Salles, do Itaú Unibanco, Pedro Passos e Guilherme Leal, da
Natura, Walter Schalka, da Suzano, Eduardo Vassimon (Votorantim) e
Horácio Lafer Piva (Klabin).
O deputado Rui
Falcão (PT), coordenador de comunicação da campanha de Lula, assina a
carta junto com Joaquim Falcão, que cuidava da parte jurídica da
campanha de Moro. Vanessa Canado, advogada e professora do Insper,
ex-integrante da equipe de Guedes e ex-articuladora do plano econômico
de João Doria (PSDB), também subscreve. Elena Landau, economista à
frente do programa de Simone Tebet (PMDB), se une ao grupo.
A
lista de economistas inclui ainda Edmar Bacha, que participou da
formulação do Plano Real, Samuel Pessoa, Demosthenes Madureira de Pinho
Neto, José Marcio Rêgo, Luiz Gonzaga Beluzzo e outros.
Há
ex-ministros do governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), como José
Carlos Dias, José Gregori, Pedro Malan e Miguel Reale Júnior e o
ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga.
Dos
ex-ministros dos governos petistas Lula e Dilma, estão José Eduardo
Cardozo, Tarso Genro e Renato Janine Ribeiro. Aloysio Nunes (PSDB), foi
ministro nos governos FHC e Michel Temer e também subscreve o texto,
assim como Raquel Dodge, que foi procuradora-geral da República na
gestão do emedebista.
No Ministério Público, há
diferentes correntes no apoio ao texto. Procuradores que fizeram parte
da gestão do ex-procurador geral da República Rodrigo Janot (governo
Dilma) assinam a lista ao lado de colegas que foram do núcleo duro de
Dodge (governo Temer). Há aqueles que estiveram à frente de casos da
Lava Jato, como o procurador da república Vladimir Aras, e
subprocuradores da República atualmente no cargo, caso de Mario
Bonsaglia e Nicolau Dino, por exemplo.
Estadão Conteúdo
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