
Buraco na avenida Salgado Filho causou interdição e trânsito intenso. Defesa Civil já recebeu mais de 110 chamados na cidade
Em Natal, o dia também foi de alagamentos, preocupação e transtornos.
Várias áreas da cidade sofreram. Avenidas foram interditadas, mais
problemas detectados em vários bairros e trânsito intenso. A avenida
Salgado Filho foi interditada parcialmente em frente ao Midway. A
cratera aberta no último fim de semana na Rua Mirassol, no bairro de
Felipe Camarão, ficou ainda maior nesta sexta-feira (8). Mais três
imóveis foram interditados pela Defesa Civil de Natal por risco de
desabamento e já somam o total de 31 nessas condições.
Desde o dia 1º de julho, a Defesa Civil da capital já atendeu 110
chamados de transtornos durante as chuvas. Ações para a região vão ser
debatidas em uma reunião do gabinete de crise na tarde desta
sexta-feira. A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) já iniciou um
trabalho de recuperação que inclui a aplicação de concreto e aterro para
posterior compactação, porém, com as chuvas, os serviços vão por água
abaixo.
O piso do Camelódromo do Alecrim cedeu e
interditou três bancas que funcionam no local. No momento do incidente,
às 10h, as bancas estavam fechadas e ninguém se feriu. No local, se
abriu um buraco e produtos de uma banca caíram dentro, como capinhas e
aparelhos de celular.
De acordo com Fábio
Júnior, um dos integrantes da comissão de administração do Camelódromo, a
rachadura começou há oito dias. “Nós mesmos identificamos, entramos em
contato com a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur) e
bloqueamos há uns oito dias”, diz ele, também dono de uma banca em outro
ponto do Camelódromo.
Segundo ele, a
secretaria ficou de enviar uma pessoa para avaliar o início da
rachadura, o que não foi feito. Depois, o piso cedeu de vez. Ainda de
acordo com Fábio Júnior, a Defesa Civil e o secretário da Semsur, Irapoã
Nóbrega, estiveram no local na manhã desta sexta-feira (8), quando o
acesso foi interditado e instalada uma faixa de proibição de
circulação.
O mais afetado foi Robson de
Assis, dono de uma banca de produtos de TV Box. Na hora do incidente,
ele estava em casa e não presenciou o aumento da rachadura. A parte mais
profunda do buraco está sob sua banca.
Na
sexta-feira (8), ele não foi ao Camelódromo por causa das chuvas e
evitou sair, mas pretende retornar neste sábado (9). “Com certeza
estarei lá para saber alguma coisa.” Ele ainda não calculou o prejuízo,
porque “vai depender do tempo que vai ficar parado”. Mas, segundo Assis,
por dia costuma receber de R$ 150 a R$ 300. Assim, cada dia a mais
fechado é “mais prejuízo”.
Outro prejudicado
foi Rogério Campos, 28, que trabalha em uma das três bancas
interditadas. Ele trabalha com conserto de celulares. “Já faz tempo que a
gente avisa, mas só vieram tomar uma decisão depois que afundou. Já
tinha cedido, mas ninguém tomou providência”, reclama.
No
momento em que a reportagem da TRIBUNA DO NORTE estava no Camelódromo,
Campos retirava seus pertences da banca e se preparava para fechá-la
temporariamente. “Eu vou ficar sem trabalhar agora, porque interditaram
minha banca. Pediram para sair porque tá oco em baixo. Tinha cliente meu
aí sentado. Graças a Deus ninguém se machucou.”
Em
nota, a Semsur informou que isolou a área que cedeu no Camelódromo do
Alecrim e acionou a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) para
verificar a situação.
“Na região do Camelódromo
também há uma rede de drenagem, por isso o caso está sendo visto com
bastante cuidado e atenção. Toda e qualquer intervenção só será
realizada no local após a avaliação estrutural que será realizada a
partir desta sexta-feira (7)”, disse a secretaria.
A
pasta ainda fez recomendações: “por questões de segurança, a Semsur
orienta aos comerciantes e consumidores a evitarem a área que foi
interditada.” Já a Seinfra disse que a interdição é de responsabilidade
da Semsur, e que fará apenas o serviço na rede de drenagem. O obra deve
começar ainda nesta sexta-feira.
A Defesa Civil
disse que a equipe do órgão foi acionada na manhã da sexta (8) e
“constatou o afundamento do piso, sendo necessário proceder com o
isolamento e interdição de 9 boxes”. A reportagem presenciou apenas três
interditados. Na nota, a Defesa diz ainda que o “laudo de vistoria foi
emitido e encaminhado a Seinfra e entregue a Semsur que estava junto à
DC no momento dos procedimentos.”
Emaús
Moradores
do bairro de Emaús, em Parnamirim, realizam protesto para que a
prefeitura resolva problemas de alagamentos no bairro nesta sexta-feira
(8). Durante o ato, os cidadãos queimaram pneus e interditaram a
marginal da BR-101. Em vídeo, eles convidam mais pessoas para se
juntarem ao ato e cobram ações por parte do poder público. De acordo com
eles, a prefeitura da cidade não está tomando providências para
resolver os problemas de alagamentos que assolam o bairro.
De
acordo com a assessoria da Prefeitura de Parnamirim, esse é um problema
persiste por causa da grande quantidade de chuvas em um curto período
de tempo. Além disso, a cidade apresenta cerca de 100 pontos de
alagamento ao todo, fora o transbordo das lagoas de captação. “Nenhuma
cidade do Brasil estaria preparada para a quantidade de chuvas que caiu.
A prefeitura está nas ruas fazendo as ações com as bombas, inclusive
pedimos ajuda ao exército brasileiro, que chegou com uma bomba para dar
suporte”, explicou.
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