Apoiadores de Bolsonaro acompanham o presidente em Juiz de Fora O primeiro dia oficial de campanha o foi marcado pela disputa entre o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em torno de temas religiosos, indicando o que pode ser a tônica da corrida por votos até o dia 2 de outubro.
Em Juiz de Fora
(MG), Bolsonaro voltou a chamar a eleição de “luta do bem contra o mal” e
também criticou o que chamou de “fechamento de igrejas” na pandemia de
covid-19, reforçando a pauta religiosa da sua campanha. Já Lula, fez o
primeiro ato de campanha em São Bernardo do Campo (SP), seu berço
político, onde acusou Bolsonaro de tentar manipular a boa-fé de
evangélicos e afirmou que o presidente é “possuído pelo demônio”.
“Nós sabemos da luta do bem contra o mal. Nós aqui sempre pregamos e
defendemos a liberdade absoluta. Se uma pessoa se sentir ofendida, que
vá à Justiça, mas não podemos criar leis, como a de fake news”, afirmou o
presidente, em referência a um projeto no Congresso que prevê punições
para a divulgação de informações falsas.
Bolsonaro
também disse que igrejas foram fechadas durante a pandemia de covid-19.
Aliados do chefe do Executivo têm espalhado nas redes sociais fake
news, dizendo que Lula fecharia estabelecimentos religiosos se eleito
para comandar o País.
“Vocês sentiram um
pouquinho de ditadura aqui durante a pandemia. Igrejas, por exemplo,
sendo fechadas, pessoas sendo proibidas de trabalhar, alguns mandando
prender até quem estava na praia”, disse Bolsonaro.
Lula vai com aliados à fábrica da Volkswagen em São Bernardo
A primeira-dama
Michelle discursou em tom eleitoral e fez uma oração, ao lado do
presidente. “Essa campanha, mais uma vez, é um milagre de Deus. Começou
em 2019 [2018, ano da facada], quando Deus fez o milagre na vida do meu
marido, porque aqueles que pregam o amor e a pacificação atentaram
contra a vida dele. Mas Deus é maior e a justiça do Senhor será feita”,
declarou a primeira-dama. Na semana passada, durante culto evangélico na
Igreja Batista Lagoinha em Belo Horizonte, Michelle disse que antes o
Palácio do Planalto era “consagrado a demônios e hoje é consagrado ao
senhor Jesus.”
Lula manteve a tônica da
religião ao reagir às declarações de Bolsonaro. O petista discursou na
porta de uma fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), onde
viveu por quatro décadas e construiu sua trajetória política como
sindicalista. “Você (Bolsonaro) foi negacionista, você não acreditou na
ciência, não acreditou na medicina, você acreditou na sua mentira. Se
tem alguém que é possuído pelo demônio é esse Bolsonaro”, afirmou o
petista. “Ele é um fariseu, está tentando manipular a boa fé de homens e
mulheres evangélicos. Eles ficam contando mentira o tempo inteiro,
sobre o Lula, sobre a mulher do Lula, sobre vocês, sobre índio, sobre
quilombola. Não haverá mentira nem fake news que mantenha você
governando esse país, Bolsonaro”, disse o petista.
Com
um papel na mão, Lula citou números de diminuição de venda de carros no
Brasil e redução dos empregos na indústria e defendeu a criação de
empregos. “Eu não precisaria estar candidato outra vez. Agora,
companheiros, o Brasil está pior hoje do que estava quando eu tomei
posse da primeira vez”, disse, repetindo o que tem sido um dos seus
mantras de campanha.
Ainda na terça-feira, Lula
e Bolsonaro se encontraram. Os dois estiveram na posse do ministro
Alexandre de Moraes como presidente do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE). O evento foi em Brasília, na sede da Corte.
Discursos
Em
Guaianases, periferia de São Paulo, o candidato Ciro Gomes (PDT) também
começou sua campanha para a Presidência da República, ontem. Entre os
principais concorrentes, ele foi o primeiro a ir às ruas neste dia 16,
quando se iniciou o período formal de caça aos votos. Antes mesmo das
8h, o pedetista iniciou uma caminhada pelo bairro, falando com moradores
e comerciantes e pedindo “desculpas por incomodar” tão cedo.
Já
candidata a presidente pelo MDB Simone Tebet disse, ontem que o Brasil
precisa retomar a importância no cenário internacional e fortalecer o
Ministério das Relações Exteriores. “O Brasil precisa deixar de ser
pária internacional”, destacou a senadora a representantes do setor
cultural, em evento para cerca de 40 pessoas na residência do casal
Teresa e Candido Bracher, ligados ao banco Itaú, no bairro Alto de
Pinheiros, na capital paulista.
Ela disse que a
Cultura deve voltar a ser uma ferramenta para projetar o País no
exterior, por isso a importância do Itamaraty. “É como o agronegócio, é
comprado, mas não é vendido. A cultura precisa ser vendida.” Se eleita,
Tebet afirmou que irá retomar o Ministério da Cultura, extinto no
governo Bolsonaro e transformado em secretaria.
Tribuna do Norte
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