
Vice-presidente administrativo do ABC, Fred Menezes inclui, entre os problemas, até os ataques das facções ocorridos no Estado
O insucesso do ABC na disputa do Campeonato Brasileiro, na visão do vice-presidente administrativo do clube, Fred Menezes, não foi um problema de planejamento. O dirigente ressalta que a coisa complicou na hora de tirar os planos do papel. Para tanto, Fred aponta alguns problemas de indefinições e rotas que levaram o clube a buscar novas opções de montagem do elenco para a principal competição da temporada. Sem jogar a toalha na luta contra o rebaixamento, mas consciente do tamanho do risco, a cúpula abecedista garante que não tem medo de disputar a Série C, pois a equipe estará muito bem preparada.
Foram citadas questões como o atraso no fechamento do Campeonato
Potiguar, a indefinição quanto às verbas que os clubes receberiam para
disputar o Brasileirão, devido ao final do antigo contrato com a Rede
Globo, bem como o excesso de jogos realizados pelo clube no período
imediatamente anterior à disputa nacional.
O
atraso no calendário do Estadual é apontado como um dos pontos que
contribuíram muito para colocar o ABC nesta situação de alto risco no
Brasileirão.
"Quando iniciamos a montagem do
elenco, definimos os contratos de acordo com o interesse do clube.
Aqueles atletas que interessavam para a Série B assinaram contratos
longos, os que não interessavam fizeram contrato até o mês de abril. A
coisa começou a furar quando começamos a ter vários atletas entregues ao
departamento médico e fomos obrigados a reformar contratos daqueles que
estavam fora do planos para a segunda parte do calendário, para termos
um time visando a disputa da final do Estadual", explicou Fred.
O
atraso na definição da cota de participação na Série B, além de
demorar, surpreendeu negativamente a diretoria, considerada bem aquém do
que era imaginado. O que impediu o clube, que optou por matar a
política de pé no chão e não gastar mais do que pode arrecadar, de
brigar forte pelos atletas apontados como número um das listas
apresentadas para cada posição. Além do mais, com as renovações que foi
obrigado a fazer para disputar as finais do Estadual, para evitar o
excesso de atletas no elenco, os dirigentes foram obrigados a rever os
planos originais.
"A cota da Série B deste ano
foi menor que a paga no ano passado. Para evitar um inchaço no elenco,
tivemos de ir ao mercado buscar atletas apenas para posições carentes na
equipe de Fernando Marchiori. Além disso, existiu o problema dos
frequentes bloqueios de verbas realizados pela Justiça Trabalhista, o
que atrapalhou ainda mais a questão da contratação de reforços. Os bons
jogadores para disputar a Série B e que estão disputando os estaduais
dos grandes centros, estão com o salário muito inflacionado para nossa
realidade. O presidente Bira Marques e eu, quando assumimos o clube,
prometemos que não iríamos fazer loucuras com o dinheiro do ABC",
ressaltou.
Quando conseguiu realizar uma grande
transformação no grupo, na abertura da janela do meio do ano, a maioria
dos bons atletas já estavam empregados. Os atletas conhecidos que
chegaram, a maioria estava fora do país e necessitou de um tempo
considerado longo fora para melhorar a forma física. As contusões também
voltaram a tirar peças importantes de ação, o número de derrotas
cresceu e atrapalhou a confiança do elenco, que mesmo realizando algumas
boas apresentações, deixou vários resultados escaparem por falhas
grotescas.
A única coisa que não furou neste
tempo, foi o planejamento financeiro, que faz de uma equipe que passou
quase toda competição estacionada na lanterna, ter condição de quitar a
folha salarial do mês de agosto, no dia 18. "Apesar de tudo, nós estamos
conseguindo manter o planejamento financeiro. A prioridade do ABC é
lutar até o fim pela manutenção na Série B, mas caso não seja possível,
iremos encarar esse rebaixamento com as contas controladas e com
capacidade de investir na formação de uma nova equipe capaz de lutar
pelo acesso. Nosso planejamento vai começar zerado em 2024, iremos fazer
uma série de melhorias no clube em todos os setores. Será um ano de
grandes mudanças. O salto que a gente vinha preparando sempre teve como
base o ano de 2024", frisou Fred Menezes.
A
diretoria resolveu aumentar a premiação solicitada pelos atletas na
razão de 70%, atrás de garantir uma motivação a mais na batalha pela
salvação do ano de 2023.
Com relação ao
Estadual, para que questões do calendário não voltem a atrapalhar os
representantes do RN no Brasileirão, a ideia do ABC é sugerir novas
mudanças na fórmula de disputa. Para Fred os classificados para
competição nacional, só deveriam entrar na competição local num segundo
momento, com o número de clubes mais reduzido. A diminuição no número de
clássicos, também será solicitada, para não vulgarizar o maior duelo
entre clubes do RN.
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