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sábado, 30 de setembro de 2023

Mulheres lutam por mais espaço e representatividade no futebol

Bendito Seja o Futebol. É através desse projeto que cada vez mais mulheres estão ganhando vez e voz dentro do esporte mais popular do Brasil. Criado em 08 de novembro de 2012, com a intenção de abrir cada vez mais espaços para a opinião feminina sobre o esporte, a ideia só faz crescer e abrir caminhos que antes eram desconhecidos para a parte mais discriminada da torcida. Amanda Oleinik, uma advogada de 29 anos, é uma das vozes atuantes dentro do projeto que é realizado e transmitido dentro das redes sociais (@lyoleinik e @bsfnordeste).
 
Amanda disse que saiu das arquibancadas direto para os projetos esportivos sempre buscando dar a visão da mulher nas partidas. Ela salientou que abraçou o Bendito Seja o Futebol (BSB) através do convite da amiga Larissa Almeida, que já trabalhava como cronista e queria uma representante da torcida americana para falar e analisar o dia a dia do Alvirrubro. Isso ocorreu em julho de 2023.

“Sou uma profissional jurista com especialização em criminologia e uma paixão pelo mundo do direito esportivo. Com experiência na área cível e meu compromisso com a justiça, busco constantemente combinar minha paixão pelo esporte e meu conhecimento jurídico. Desde 2018, tenho atuado como cronista esportiva, tendo iniciado no mulheresemcampo.com, passado pelo Bola na Área e atualmente tenho a honra de representar o América de Natal no Bendito Seja o Futebol, contribuindo para promover o esporte no Nordeste do Brasil”, disse.

A advogada que luta contra o sexismo, salienta que o intuito dentro do projeto não é o de representar as mulheres, mas sim, fazer a sua parte na busca de fazer a voz feminina ocupar o espaço que merece dentro da crônica esportiva. A paixão pelo futebol ele diz ser uma herança familiar. “Comecei a gostar de futebol na infância por ver meu pai e meus irmãos assistindo. Minha mãe também gosta de futebol mas prefere não se indispor escolhendo nenhum time”, destacou.

O primeiro contato com um estádio de futebol é inesquecível, ela revela que ocorreu em 2009, quando foi assistir um jogo do América no Machadão. “Muitas das vezes fui a única ou uma das poucas mulheres presentes em cursos e workshops de futebol, o que só me fazia querer ainda mais que aquele ambiente ficasse lotado de mulheres”, frisou.

O Bendito Seja o Futebol é um projeto que existe há 11 anos e atualmente conta com uma média de 700 mulheres, representantes de diversos times do Brasil. Dividido em 9 núcleos que interagem uns com os outros através de conexões (live com várias representantes de times diferentes) e abordam desde pré-jogo e pós-jogo, até os assuntos mais curiosos de cada clube, através de boletim mensal, quadros de curiosidades e afins.

“Temos os núcleos carioca, paulista, gaúcho, mineiro, sul, nordeste, norte e centro oeste, feminino, e base forte. Neste último temos cronistas de base mesmo, meninas entre 13 e 17 anos e que realizam o trabalho acompanhadas pela psicóloga Isabela Riviti, que controla o núcleo. Todas as cronistas são autorizadas pelos pais e o trabalho é realizado dentro da própria residência da participante”, ressaltou. “O base forte vem como uma quebra de paradigmas, para mostrar que mulheres gostam de futebol desde cedo sim, desde a infância, juventude, desde o berço,se assim podemos dizer”.

“Durante a faculdade produzi artigos científicos sobre o esboço da lei da SAF, na época ainda se falava muito pouco. Estou comprometida em aplicar meu conhecimento jurídico e minha paixão pelo esporte para enriquecer o cenário esportivo e contribuir para um ambiente mais justo e ético no mundo do futebol”, finalizou Amanda Oleinik.

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