
Bendito Seja o Futebol. É através desse projeto que cada vez mais
mulheres estão ganhando vez e voz dentro do esporte mais popular do
Brasil. Criado em 08 de novembro de 2012, com a intenção de abrir cada
vez mais espaços para a opinião feminina sobre o esporte, a ideia só faz
crescer e abrir caminhos que antes eram desconhecidos para a parte mais
discriminada da torcida. Amanda Oleinik, uma advogada de 29 anos, é uma
das vozes atuantes dentro do projeto que é realizado e transmitido
dentro das redes sociais (@lyoleinik e @bsfnordeste).
Amanda
disse que saiu das arquibancadas direto para os projetos esportivos
sempre buscando dar a visão da mulher nas partidas. Ela salientou que
abraçou o Bendito Seja o Futebol (BSB) através do convite da amiga
Larissa Almeida, que já trabalhava como cronista e queria uma
representante da torcida americana para falar e analisar o dia a dia do
Alvirrubro. Isso ocorreu em julho de 2023.
“Sou uma profissional jurista com especialização em criminologia e
uma paixão pelo mundo do direito esportivo. Com experiência na área
cível e meu compromisso com a justiça, busco constantemente combinar
minha paixão pelo esporte e meu conhecimento jurídico. Desde 2018, tenho
atuado como cronista esportiva, tendo iniciado no mulheresemcampo.com,
passado pelo Bola na Área e atualmente tenho a honra de representar o
América de Natal no Bendito Seja o Futebol, contribuindo para promover o
esporte no Nordeste do Brasil”, disse.
A
advogada que luta contra o sexismo, salienta que o intuito dentro do
projeto não é o de representar as mulheres, mas sim, fazer a sua parte
na busca de fazer a voz feminina ocupar o espaço que merece dentro da
crônica esportiva. A paixão pelo futebol ele diz ser uma herança
familiar. “Comecei a gostar de futebol na infância por ver meu pai e
meus irmãos assistindo. Minha mãe também gosta de futebol mas prefere
não se indispor escolhendo nenhum time”, destacou.
O
primeiro contato com um estádio de futebol é inesquecível, ela revela
que ocorreu em 2009, quando foi assistir um jogo do América no Machadão.
“Muitas das vezes fui a única ou uma das poucas mulheres presentes em
cursos e workshops de futebol, o que só me fazia querer ainda mais que
aquele ambiente ficasse lotado de mulheres”, frisou.
O
Bendito Seja o Futebol é um projeto que existe há 11 anos e atualmente
conta com uma média de 700 mulheres, representantes de diversos times do
Brasil. Dividido em 9 núcleos que interagem uns com os outros através
de conexões (live com várias representantes de times diferentes) e
abordam desde pré-jogo e pós-jogo, até os assuntos mais curiosos de cada
clube, através de boletim mensal, quadros de curiosidades e afins.
“Temos
os núcleos carioca, paulista, gaúcho, mineiro, sul, nordeste, norte e
centro oeste, feminino, e base forte. Neste último temos cronistas de
base mesmo, meninas entre 13 e 17 anos e que realizam o trabalho
acompanhadas pela psicóloga Isabela Riviti, que controla o núcleo. Todas
as cronistas são autorizadas pelos pais e o trabalho é realizado dentro
da própria residência da participante”, ressaltou. “O base forte vem
como uma quebra de paradigmas, para mostrar que mulheres gostam de
futebol desde cedo sim, desde a infância, juventude, desde o berço,se
assim podemos dizer”.
“Durante a faculdade
produzi artigos científicos sobre o esboço da lei da SAF, na época ainda
se falava muito pouco. Estou comprometida em aplicar meu conhecimento
jurídico e minha paixão pelo esporte para enriquecer o cenário esportivo
e contribuir para um ambiente mais justo e ético no mundo do futebol”,
finalizou Amanda Oleinik.
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