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domingo, 8 de outubro de 2023

Estádios do RN sofrem com o abandono

FNF briga com Patrimônio Público, na Justiça, pela posse definitiva do estádio Juvenal Lamartine

Arena das Dunas, Frasqueirão e o Barrettão. Estes são os estádios disponíveis e sem limitações para a disputa do Campeonato Estadual do próximo ano. O item é uma das maiores preocupações do presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), José Vanildo, que ultimamente vem tendo de fazer alguns tipos de malabarismos para abrigar os jogos das competições locais. O caso que mais preocupa é o do estádio Nogueirão, em Mossoró, construído para receber um público de até 15 mil pessoas, mas que hoje teve a capacidade reduzida para 1.200 pessoas.

Apesar de ser o segundo centro econômico do RN há tempos a questão de um estádio propício para abrigar as partidas dos clubes da cidade, vêm se transformando num grande empecilho para a FNF. Apesar de o Potiguar ter disputado a Série D do Brasileiro recentemente, o estado da praça esportiva deixa transparecer um completo abandono.

O jornalista Marcos Santos, em seu blog, denuncia a situação: “Se não bastassem os problemas físicos (boa parte das arquibancadas interditadas), agora é a vez do solo. As imagens denunciam o gramado ruim, impraticável do estádio municipal Nogueirão. Nem para os jogos escolares, serve. Isso nos tempos de municipalização! Uma maldade o que estão fazendo com o Nogueirão. Um desrespeito aos atletas, aos times, ao público desportivo, à história. Os times irão ficar calados diante da situação? Cadê as diretorias do Mossoró EC, do Baraúnas, do Potiguar. Legítimos representantes do futebol local, vão ficar de braços cruzados? O silêncio revela conivência. O que é que há? Algum dirigente tem parceria com o Município, tem medo de perdê-la se falar, se cobrar? É porque o prefeito morde, persegue. Se sim, não deveria ser assim. Uma coisa é o Nogueirão, a coletividade; outra coisa é a particularidade. 0 fato é que o Nogueirão está indo para a cova”, protesta.

O presidente da FNF, José Vanildo, faz coro com o jornalista e cobra das autoridades mossoroenses mais zelo com a principal praça esportiva da cidade. “Todos os estádios ligados diretamente à municipalidade ou ao poder público, de um modo geral, estão sofrendo com o abandono. Não há como o futebol mossoroense crescer com o Nogueirão abrindo apenas para 1.200 pessoas. Os clubes da cidade ainda dependem bastante da bilheteria”, ressaltou o dirigente, afirmando que faz anos que o estádio mossoroense preocupa a federação. “As vistorias realizadas pelas autoridades de segurança estão sempre encontrando algum tipo de irregularidade na praça esportiva, interditam e depois de alguma melhoria pontual, o estádio é reaberto com mais algum tipo de interdição. Estes problemas vão se somando e vai chegar um momento que não irá mais ter como remediar”, alertou.

Problema muito parecido vive o estádio Coronel José Bezerra, que também vem carecendo de passar por algumas melhorias, mas se encontra numa espécie de fase de desprezo pelo poder municipal. Porém, ao contrário de Mossoró, a praça esportiva ainda pode ser usada pelo Potyguar Seridoense. O Nazarenão, outro ligado ao poder público e que poderia receber algumas partidas do Estadual, também teve a capacidade de público reduzida por falta de laudos de liberação.
 
 
Abandonado, Nogueirão começa a perder parte do seu gramado
 
“A omissão com as praças esportivas é muito grande no interior do RN. A situação mais grave realmente é a de Mossoró, onde o prefeito escancara a falta de interesse do poder público em encontrar uma solução para o problema. É inconcebível que a segunda maior cidade do estado não tenha um estádio de futebol em condições de receber jogos oficiais”, disse José Vanildo que foi além em suas observações. “Da forma como se encontra hoje, é melhor os times mossoroenses mudarem os seus mandos de campo contra América e ABC para Natal. Com todas as despesas em relação a deslocamento e hospedagem, eles ainda vão ganhar mais dinheiro que atuando em casa. Enquanto em Mossoró eles só poderão levar 1.200 pessoas para o estádio, em Natal, eles levariam, no mínimo, quatro mil”, salientou.

Enquanto é obrigado a lidar com o desleixo público das cidades do interior, José Vanildo trava um embate judicial contra o Patrimônio Público do RN pela posse definitiva do estádio Juvenal Lamartine. Mesmo sem poder abrigar o futebol profissional na mais antiga praça esportiva potiguar, o dirigente vai aproveitando o espaço para mandar os jogos das categorias de base e do futebol feminino.

“Nós temos um projeto de reforma pronto para ser implementado no JL, mas estamos impedidos por essa briga na justiça contra o Patrimônio Público que não tem data para terminar. Minha intenção, além de incentivar o futebol de base e o feminino, é transformar o estádio em um espaço alternativo para receber os jogos de Força e Luz, Alecrim e Santa Cruz, que possuem equipes profissionais, mas não dispõe de um espaço para mandar os seus jogos, sendo obrigados, muitas vezes, a depender de favores de algum co-irmão”, afirmou.

Na próxima temporada, existe a possibilidade de a FNF receber mais um estádio, uma vez que a SAF do América prometeu acelerar os projetos de reformas e deixar o estádio José Rocha (Arena América) à disposição para os jogos do Estadual.

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