
FNF briga com Patrimônio Público, na Justiça, pela posse definitiva do estádio Juvenal Lamartine
Arena das Dunas, Frasqueirão e o Barrettão. Estes são os estádios disponíveis e sem limitações para a disputa do Campeonato Estadual do próximo ano. O item é uma das maiores preocupações do presidente da Federação Norte-rio-grandense de Futebol (FNF), José Vanildo, que ultimamente vem tendo de fazer alguns tipos de malabarismos para abrigar os jogos das competições locais. O caso que mais preocupa é o do estádio Nogueirão, em Mossoró, construído para receber um público de até 15 mil pessoas, mas que hoje teve a capacidade reduzida para 1.200 pessoas.
Apesar de ser o segundo centro
econômico do RN há tempos a questão de um estádio propício para abrigar
as partidas dos clubes da cidade, vêm se transformando num grande
empecilho para a FNF. Apesar de o Potiguar ter disputado a Série D do
Brasileiro recentemente, o estado da praça esportiva deixa transparecer
um completo abandono.
O
jornalista Marcos Santos, em seu blog, denuncia a situação: “Se não
bastassem os problemas físicos (boa parte das arquibancadas
interditadas), agora é a vez do solo. As imagens denunciam o gramado
ruim, impraticável do estádio municipal Nogueirão. Nem para os jogos
escolares, serve. Isso nos tempos de municipalização! Uma maldade o que
estão fazendo com o Nogueirão. Um desrespeito aos atletas, aos times, ao
público desportivo, à história. Os times irão ficar calados diante da
situação? Cadê as diretorias do Mossoró EC, do Baraúnas, do Potiguar.
Legítimos representantes do futebol local, vão ficar de braços cruzados?
O silêncio revela conivência. O que é que há? Algum dirigente tem
parceria com o Município, tem medo de perdê-la se falar, se cobrar? É
porque o prefeito morde, persegue. Se sim, não deveria ser assim. Uma
coisa é o Nogueirão, a coletividade; outra coisa é a particularidade. 0
fato é que o Nogueirão está indo para a cova”, protesta.
O
presidente da FNF, José Vanildo, faz coro com o jornalista e cobra das
autoridades mossoroenses mais zelo com a principal praça esportiva da
cidade. “Todos os estádios ligados diretamente à municipalidade ou ao
poder público, de um modo geral, estão sofrendo com o abandono. Não há
como o futebol mossoroense crescer com o Nogueirão abrindo apenas para
1.200 pessoas. Os clubes da cidade ainda dependem bastante da
bilheteria”, ressaltou o dirigente, afirmando que faz anos que o estádio
mossoroense preocupa a federação. “As vistorias realizadas pelas
autoridades de segurança estão sempre encontrando algum tipo de
irregularidade na praça esportiva, interditam e depois de alguma
melhoria pontual, o estádio é reaberto com mais algum tipo de
interdição. Estes problemas vão se somando e vai chegar um momento que
não irá mais ter como remediar”, alertou.
Problema
muito parecido vive o estádio Coronel José Bezerra, que também vem
carecendo de passar por algumas melhorias, mas se encontra numa espécie
de fase de desprezo pelo poder municipal. Porém, ao contrário de
Mossoró, a praça esportiva ainda pode ser usada pelo Potyguar
Seridoense. O Nazarenão, outro ligado ao poder público e que poderia
receber algumas partidas do Estadual, também teve a capacidade de
público reduzida por falta de laudos de liberação.

Abandonado, Nogueirão começa a perder parte do seu gramado
“A omissão com as praças esportivas é
muito grande no interior do RN. A situação mais grave realmente é a de
Mossoró, onde o prefeito escancara a falta de interesse do poder público
em encontrar uma solução para o problema. É inconcebível que a segunda
maior cidade do estado não tenha um estádio de futebol em condições de
receber jogos oficiais”, disse José Vanildo que foi além em suas
observações. “Da forma como se encontra hoje, é melhor os times
mossoroenses mudarem os seus mandos de campo contra América e ABC para
Natal. Com todas as despesas em relação a deslocamento e hospedagem,
eles ainda vão ganhar mais dinheiro que atuando em casa. Enquanto em
Mossoró eles só poderão levar 1.200 pessoas para o estádio, em Natal,
eles levariam, no mínimo, quatro mil”, salientou.
Enquanto
é obrigado a lidar com o desleixo público das cidades do interior, José
Vanildo trava um embate judicial contra o Patrimônio Público do RN pela
posse definitiva do estádio Juvenal Lamartine. Mesmo sem poder abrigar o
futebol profissional na mais antiga praça esportiva potiguar, o
dirigente vai aproveitando o espaço para mandar os jogos das categorias
de base e do futebol feminino.
“Nós
temos um projeto de reforma pronto para ser implementado no JL, mas
estamos impedidos por essa briga na justiça contra o Patrimônio Público
que não tem data para terminar. Minha intenção, além de incentivar o
futebol de base e o feminino, é transformar o estádio em um espaço
alternativo para receber os jogos de Força e Luz, Alecrim e Santa Cruz,
que possuem equipes profissionais, mas não dispõe de um espaço para
mandar os seus jogos, sendo obrigados, muitas vezes, a depender de
favores de algum co-irmão”, afirmou.
Na
próxima temporada, existe a possibilidade de a FNF receber mais um
estádio, uma vez que a SAF do América prometeu acelerar os projetos de
reformas e deixar o estádio José Rocha (Arena América) à disposição para
os jogos do Estadual.
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