
O Março Lilás é o mês de conscientização sobre a prevenção contra o câncer de colo do útero. De acordo com relatório anual do Instituto Nacional de Câncer (INCA), divulgado em 2023, é o terceiro tumor maligno mais incidente entre mulheres no Brasil. A estimativa deste levantamento prevê que 17 mil novos casos serão diagnosticados para cada ano do triênio 2023-2025. Já no RN a incidência estimada para 2023 foi de 280 casos novos, com a taxa de 15,33 casos a cada 100 mil mulheres.
Na mortalidade por câncer em mulheres, no ano de 2021, os óbitos
por câncer de colo do útero ocuparam o quarto lugar entre a camada
feminina da população, com 6.606 mortes. Isso representou 6,05% do
total. O câncer do colo do útero é o segundo mais recorrente nas Regiões
Norte e Nordeste, com 20,40 e 17,59 casos a cada 100 mil mulheres,
respectivamente, nesta ordem.
O câncer de colo do útero é causado principalmente pelo contágio
persistente do HPV, o Papilomavírus Humano, a infecção sexualmente
transmissível mais comum. Na maioria dos casos, as pessoas são
infectadas de forma assintomática. Os primeiros sintomas demoram a
aparecer, sendo manifestados com sangramentos, corrimento anormal, dores
abdominais, queixas urinárias e dores durante a relação sexual. A
infecção pelo vírus pode ser evitada por meio da vacinação, disponível
na rede pública e privada. Além da imunização, outro método de prevenção
é o exame do Papanicolau.
“A vacina tem o tipo bivalente, que é o disponibilizado no SUS, e
hoje a gente já tem até a nona valente, que tem outro subtipo de câncer e
que aí aumenta ainda a proteção para até 90% do câncer de colo do
útero. E outra coisa também relacionada à prevenção seria o exame do
Papanicolau. O exame é recomendado para as pessoas com a vida sexual
ativa, especialmente para as mulheres até 64 anos. E através desse exame
você consegue detectar as lesões que estão pré-cancerígenas e também
pode detectar a doença antes de ela vier trazer algum tipo de sintomas”,
explica a oncologista Recidia Rayane Fernandes, que enfatiza a
importância da vacinação contra o HPV.
A oncologista explica que o tratamento varia de acordo com o estágio
que a doença atinge. Sendo cirúrgico nos casos mais iniciais, com a
remoção de parte ou completa do útero, podendo em algumas situações
precisar de sessões de quimioterapia, radioterapia e nos mais avançados
somente a quimioterapia, como também, a imunoterapia.
De acordo com Recidia, a incidência dos casos e a própria mortalidade pela doença está relacionada à dificuldade no acesso à saúde em algumas regiões, que impossibilitam a realização do diagnóstico precoce, e à vacinação contra o HPV, que é um dos principais causadores do desenvolvimento do câncer de colo do útero.
Vacinação
A vacinação contra o HPV é a medida mais eficaz de prevenção contra a infecção. O imunizante é distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e é indicada para meninas de 9 a 14 anos, com esquema de duas doses. As adolescentes que receberam a primeira dose dessa vacina nessas idades, poderão tomar a segunda dose, mesmo ultrapassando os seis meses do intervalo preconizado, para não perder a chance de completar o seu esquema.
Quer ficar ligado em tudo o que rola no quadradinho? Siga o perfil do Japi 24 horas no Instagram
Nenhum comentário:
Postar um comentário