
Foto: ANGELA WEISS / AFP
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva cobrou mais “ambição e ousadia” dos líderes mundiais ao discursar neste domingo (22) na Cúpula do Futuro, evento da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York para debater o futuro da humanidade.
Lula chegou aos Estados Unidos no sábado (21) e passará cinco dias no país. Na próxima terça (24), deve abrir os discursos da Assembleia Geral da ONU.
Segundo o brasileiro, os chefes de Estado e de governo têm duas “grandes responsabilidades”: não retroceder nas garantias de direitos humanos e “abrir caminhos diante de novos riscos e oportunidades”.
Além de Lula, compareceram à sessão na ONU a primeira-dama, Janja da Silva; o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Marina Silva (Meio Ambiente), e o assessor especial de Lula e ex-chanceler Celso Amorim.
Lula e a reforma da ONU
Ao citar avanços previstos no “Pacto pelo Futuro” – documento que motivou a cúpula e deve ser assinado pelos países neste domingo –, no entanto, Lula criticou a falta de reformas estruturais em organizações como a própria ONU.
“Todos esses avanços serão louváveis e significativos, mas ainda
assim, nos falta ambição e ousadia. A crise da governança global requer
transformações estruturais. A pandemia, os conflitos na Europa e no
Oriente Médio, a corrida armamentista e a mudança do clima escancaram as
limitações das instâncias multilaterais.”
“A maioria dos órgãos carece de autoridade e meios de implementação para
fazer cumprir suas decisões. A Assembleia Geral perdeu sua vitalidade e
o Conselho Econômico e Social foi esvaziado. A legitimidade do Conselho
de Segurança encolhe a cada vez que aplica duplos padrões ou se omite
diante de atrocidades”, listou Lula.
O presidente brasileiro cobra, desde seu primeiro mandato em 2003, que o Conselho de Segurança da ONU passe a incluir países em desenvolvimento e potências globais que, quando a ONU foi criada no pós-Segunda Guerra, acabaram excluídas por terem perdido o confronto.
Junto com Alemanha, Japão e Índia, o Brasil forma o “G4”, grupo que pressiona pelo aumento das cadeiras permanentes no Conselho de Segurança e pleiteia as novas vagas.
Desde 1945, o conselho tem os mesmos cinco membros permanentes: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
O Conselho de Segurança vem sendo criticado por sua paralisia frente a guerras que envolvem seus próprios membros, como a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel (apoiado pelos EUA) e os grupos extremistas Hamas e Hezbollah no Oriente Médio.
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