Em análise do cenário eleitoral, o ex-governador aponta presidente da Assembleia como nome forte para sucessão estadual
O ex-governador e ex-senador Garibaldi Alves Filho (MDB) vê no presidente da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, Ezequiel Ferreira (PSDB),
um possível nome para disputar o Governo do Estado em 2026. A
possibilidade foi levantada pelo próprio ex-senador durante entrevista
concedida nesta terça-feira 8, ao analisar o cenário político envolvendo
seu filho, o vice-governador Walter Alves, e o MDB.
Para Garibaldi, se houver uma aliança entre Walter e Ezequiel, como se especula nos bastidores, o cabeça de chapa poderá ser Ezequiel. “No momento, o que eu acredito é que essa aliança deles dois venha a se concretizar. Mas se for concretizada, seria com a candidatura de Ezequiel. Ezequiel candidato a governador”, afirmou.
O ex-governador disse que chegou a cogitar, recentemente, a possibilidade de Ezequiel Ferreira assumir o Governo, em 2026, após as renúncias da governadora Fátima Bezerra (PT) e do vice Walter Alves (MDB).
Neste cenário hipotético, Ezequiel, o 3º na linha sucessória, assumiria o restante do mandato e seria candidato à reeleição.
No
entanto, no mês passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que,
em caso de vacância dupla do cargo (governador e vice) no último ano do
mandato, o Estado deve realizar nova eleição (direta ou indireta) para o
mandato tampão. Com isso, foi derrubado um trecho da Constituição do
Estado que previa que o cargo seria ocupado na reta final pelo
presidente da Assembleia Legislativa ou, na falta dele, pelo presidente
do Tribunal de Justiça.
Garibaldi confirmou que Walter Alves
já decidiu que não será candidato em 2026, mesmo que assuma o governo
após renúncia de Fátima Bezerra – que precisa deixar o cargo até abril
para ficar apta a disputar o Senado. “Já é uma decisão dele, e eu
acredito que ele não vai voltar atrás. Ele está muito convencido de que
essa é a melhor decisão, a que atende aos interesses dele e do partido”,
afirmou.
O ex-senador contou ainda que, mesmo após apelo
feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante visita ao
RN, Walter manteve sua posição de não disputar o Governo do Estado.
Com
Walter fora da disputa majoritária, a prioridade do MDB em 2026 será
fortalecer sua presença na Assembleia Legislativa e na Câmara dos
Deputados.
“Nós fomos vítimas de uma nominata na última eleição.
Eu tive uma votação expressiva e, por falta de quociente eleitoral,
fiquei de fora, enquanto outros, com menos votos, se elegeram por outras
legendas. Nós não queremos ser vítimas disso novamente”, explicou.
Segundo ele, o partido, sob a liderança de Walter, já trabalha na
formação de uma nominata competitiva.
Sobre a aliança entre
MDB e PT, Garibaldi acredita que ela será mantida. Disse que não vê
clima de desconfiança e que o entendimento entre os dois partidos está
firme. Para ele, há espaço para mudanças até o próximo ano, mas reiterou
seu otimismo quanto à continuidade da parceria. “Eu estou otimista
quanto à possibilidade dessa aliança se consolidar no próximo ano”,
afirmou.
A entrevista também abriu espaço para reflexões
pessoais. Questionado se sente saudades dos mandatos, Garibaldi
respondeu que sim, mas afirmou estar realizado com a trajetória que
construiu. Lembrou que foi prefeito de Natal, governador do Estado,
senador da República, presidente do Senado e ministro da Previdência
Social. “Seria muito pretensioso dizer que ainda falta ocupar algum
cargo. Eu me sinto realizado”, disse.
Acrescentou, no entanto, que, mesmo se quisesse, não poderia disputar cargo algum em 2026 se Walter estiver exercendo o governo, a não ser que ele renunciasse ao posto. Ao final da conversa, Garibaldi reiterou que continua acompanhando a política nos bastidores, dando suporte ao filho e observando os movimentos do cenário estadual.
AGORA RN
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