A queda do avião da Força Aérea Brasileira (FAB) nas imediações da
base aérea de Parnamirim, nesta terça-feira (22), será investigada pelo
Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (CENIPA).
As partes do avião, que pegou fogo no ar e ficou completamente
destruído, serão objeto de perícia por parte da FAB.
Na tarde desta
terça, militares recolheram diversas partes do caça para análise. O
piloto do caça F-5M realizava treinamento quando detectou problemas na
nave. Ele conseguiu fazer a ejeção e saiu com ferimentos leves, sendo
encaminhado para uma unidade de saúde militar. O estado e nome do piloto
não foram divulgados. O acidente acontece prestes à Base Aérea de Natal
receber o Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024. Esta edição reunirá
16 países e cerca de 50 aeronaves.
Segundo informações oficiais, a aeronave que caiu durante um voo de
treinamento, segundo a FAB, era um caça F-5M. A instituição também
confirmou que, antes de se ejetar, o piloto direcionou o caça para uma
região desabitada. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes
Aeronáuticos (CENIPA) investigará o acidente a fim de identificar os
possíveis fatores contribuintes para evitar que novas ocorrências
semelhantes ocorram.
A aeronave caiu momentos após a decolagem em uma área de mata próxima
a diversos condomínios residenciais nas imediações do bairro Liberdade e
próximo a acessos para Cajupiranga e Parnamirim. Os militares foram
acionados para conter o avanço do fogo na vegetação, a fim de evitar que
se alastre para áreas próximas.
O ministro da Defesa, José Múcio, afirmou em entrevista à CNN Brasil
que o piloto do caça F-5M foi “hábil” ao levar a aeronave para um campo
aberto e ter se ejetado. “O piloto foi hábil. Conseguiu, mesmo com fogo
já no avião, desviar da área que tinha casas e caiu numa área sem
residência. O piloto conseguiu se ejetar e, graças a Deus, não tivemos
vítima”, afirmou o ministro.
“O piloto ligou imediatamente, logo que ele
chegou na base, foi recolhido. Ligou para o brigadeiro Damasceno, que é
o comandante. Está bem, não teve nada. Vamos agora verificar o que
houve com o avião”, completou.
A queda do avião assustou parnamirinenses que moram nas imediações da
Base Aérea de Natal. A diarista Andrea Pereira, 47 anos, teve um susto
na hora em que fazia uma faxina na Cophab, local que trabalha
diariamente. “Eu me assustei bastante na hora.
Achei que tinha sido um
botijão que tinha explodido na casa da vizinha. Com 15 minutos, meu
patrão ligou dizendo que um avião tinha caído por aqui”, declarou.
Durante a tarde, dois trechos em Parnamirim foram bloqueados pela
FAB. Em alguns casos, o bloqueio durou quase 3h até ser liberado pelos
militares. Um dos trechos era na avenida Olavo Montenegro em direção ao
bairro Liberdade e o outro era na RN-313 em direção à Pium.
“Cheguei
há algum tempo já, mas se eu voltar para acessar Liberdade pelo outro
lado vai ser bem longe, uma grande contramão”, disse à TN durante à
tarde o tosador de pets Claudenor Pereira, 30 anos, morador de
Parnamirim.
A Força Aérea Brasileira (FAB) realiza, entre os dias 3 e 15 de
novembro, na Base Aérea de Natal (BANT), em Parnamirim, o Exercício
Cruzeiro do Sul (CRUZEX) 2024.
Esta edição reúne 16 países e cerca de 50
aeronaves. Participam com esquadrões de voo em território brasileiro:
Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal;
com pessoal para realizar tarefas espaciais e cibernéticas: Chile,
Colômbia, Estados Unidos, Paraguai e Peru; e como observadores: África
do Sul, Alemanha, Canadá, Equador, França, Itália, Suécia e Uruguai.
O exercício organizado pela FAB permite que os militares treinem o
combate aéreo em operações combinadas. Dessa forma, diferentes nações
atuam em cenários de conflito de maneira integrada e cooperativa,
promovendo a troca de experiências entre os integrantes das forças
aéreas participantes. Trata-se de uma operação aérea multinacional
comandada pela FAB desde 2002.
Piloto da FAB morreu em Parnamirim em 1995
Essa
não é a primeira vez que um acidente com aviões da FAB é registrado em
Parnamirim. Em outubro de 1995, o capitão-aviador Mario Fernandes
Naumann, 33, do primeiro grupo de caça do Rio de Janeiro, morreu após
seu jato F-5 explodir contra o solo.
O acidente ocorreu a três quilômetros da pista da base do Catre
(Centro Aéreo de Treinamento) da Aeronáutica, em Parnamirim. O piloto
fazia um vôo de demonstração com o avião no encerramento das
comemorações da Semana da Asa. O jato caiu em linha reta, bateu no solo e
explodiu.
Na época, cerca de 20 mil pessoas viram o acidente. A base
estava aberta ao público que foi assistir a um show de paraquedismo e
da Esquadrilha da Fumaça.
Aeronave foi comprada em 1973
A aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que caiu é do modelo F-5M,
e foi adquirido em 1973. O caça caiu em Parnamirim, na Grande Natal,
após apresentar problemas depois de decolar.
O modelo foi fabricado
pela empresa americana Northrop Grumman Corporation, e possui assento
ejetável, radar Fiar Grifo produzido na Itália, e sistemas de
autoproteção. O caça também tem como possibilidade o uso de armas
inteligentes e misseis de alcance além do visual.
A compra do caça foi realizada pela FAB numa compra de 76 aeronaves
do modelo F-5M, em 30 de dezembro de 1973, em um contrato avaliado em
US$ 115 milhões, equivalente a R$ 650 milhões. O modelo tem peso máximo
de 11.193 quilos e 14,45 metros de comprimento, e é capaz de alcançar
até 1.960 Km/h.
Segundo os dados da FAB, no Brasil o modelo tem 51 exemplares e atua
em quatro unidades aéreas com as funções de defesa aérea, ataque,
interdição e guerra eletrônica. Segundo a FAB, todas as aeronaves deste
modelo na frota têm a capacidade de realizar reabastecimento em voo.
Tribuna do Norte
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